Segurança

Queda no número de assassinatos no RS está concentrada em um terço dos municípios

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Levantamento aponta que 136 cidades tiveram redução, 103 apresentaram aumento e 258 se mantêm estáveis quanto às vítimas

Em 2019, o Rio Grande do Sul alcançou a menor taxa de homicídios da década: 15,8 para cada 100 mil habitantes. Foram 569 vítimas a menos em comparação com 2018 — de 2.362 para 1.793 casos. GaúchaZH analisou esse indicador nos 497 municípios, com base nos dados divulgados pela Secretaria da Segurança Pública (SSP). O mapa dos assassinatos aponta redução em cerca de um terço das cidades — 27%. Em 20%, houve aumento no número de vítimas e em mais da metade os casos se mantiveram no mesmo patamar.

A principal aposta do governo estadual para inibir os homicídios foi o foco na territorialidade. Foram selecionados 18 municípios mais violentos para aplicar estratégias como mapeamento da criminalidade e maior integração entre polícias. Também receberam reforço de efetivo e reuniões mensais são realizadas para analisar resultados e planejar alternativas. A maior parte delas puxou o indicador de assassinatos para baixo. Somente Sapucaia do Sul, na Região Metropolitana, teve aumento (de 25 para 34). Juntas, essas cidades foram responsáveis por 90% da queda.

— Na nossa análise não houve migração dos grandes municípios para os pequenos. Se tivesse havido, essa redução não aconteceria. Os homicídios que deixaram de acontecer em Porto Alegre não migraram para outras cidades. Não há relação direta — argumenta o vice-governador e secretário da Segurança Pública do Estado, Ranolfo Vieira Júnior.

A expansão da atuação das facções que exploram o tráfico é um dos fatores que explica o aumento em 103 cidades. Nessa lista, destacam-se Farroupilha, na Serra, que passou de cinco para 24 casos. No Noroeste, Ijuí saltou de quatro para 13 assassinatos e Seberi, sem registros em 2018, teve sete vítimas ano passado. As duas regiões estão entre as que mais tiveram elevação.

— Ainda estamos concluindo a análise, mas nos parece que em sua maioria esses homicídios têm relação com disputas entre facções que estão chegando nesses locais — reconhece Ranolfo.

Para evitar que esse número cresça, o governo pretende expandir a forma de atuação implementada nas 18 cidades priorizadas pelo RS Seguro. A estratégia deu certo, por exemplo, em Alvorada, na Região Metropolitana, apontada em 2017 como a sexta cidade mais violenta do país. No ano passado, o município conseguiu diminuir em 70 o número de vítimas de homicídios — 44% a menos. Por outro lado, ainda é o segundo no Estado, somente atrás de Porto Alegre. Lá, o tráfico também é o pano de fundo da maior parte das execuções. Para combater o crime organizado, o governo aposta em investigações contra lavagem de dinheiro.

Fonte :

GaúchaZH

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